terça-feira, 10 de julho de 2012

uma história, um epílogo

não é novidade, mas escrever nunca foi muito minha praia. com o passar do tempo fui me adaptando ao encanto das palavras e aprendendo a lidar com suas emoções no dia a dia. mesmo me envolvendo um pouco mais com elas, ainda não era um caso de paixão absoluta, até que a ideia de escrever uma história passou a ser, além de um desejo, uma realidade. eu queria aquilo. imaginar os parágrafos, as frases soltas me encantava, me dava vontade de continuar. o começo foi complicado... a página em branco insistia em ficar me encarando por longas horas até que uma frase sem sentido tomava conta do pedaço e se encarregava dos demais pensamentos. a ideia era transpor partes de uma história vivida diariamente em um pouco menos de dois anos em no máximo cinquenta páginas... assim, sem enrolação, só os melhores momentos, os que continham detalhes interessantes ou grandes sentimentos. metódico do jeito que sou, esquematizei toda a "linha do tempo" do livro e comecei a trabalhar. a partir da segunda história (ou capítulo) comecei a pegar o jeito - pra mim, geralmente as dificuldades se concentram nos inícios e nos finais - e entre os detalhes recolhidos na caixa das lembranças, recorri também ao diário de acontecimentos da época, os papéis guardados, as fotos tiradas e me envolvi em uma história que já tinha passado. desta forma, me entreguei a um sentimento que não mais existia, a dois personagens que já não moravam no mesmo  lugar, não tinham os mesmos gostos e nem se portavam da mesma maneira. me envolvi com um amor que não existia mais. e quando me dei conta disso, de que tudo havia mudado, fiquei imóvel, sem saber o que fazer. como resgatar um sentimento que há tanto havia partido? com a dor desse desencontro entre os personagens e os sentimentos, decidi me entregar ainda mais nessa história e continuar a contá-la até o momento, procurando encontrar um jeito de fazer com que não fosse a hora de escrever o epílogo. desta forma, meu trabalho se estendeu por mais uns três meses, onde cansado e desacreditado, resolvi deixar o projeto de lado. doía muito mexer na caixa das lembranças, ela trazia a dor da saudade, de perda, de partida. (...)

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