terça-feira, 15 de junho de 2010

Educação de [s]ontem[/s] hoje

Apesar de estar sempre presente em discussões, discursos e principalmente no dia-a-dia das pessoas, a educação pouco evoluiu com o passar das gerações. Se antigamente havia a justificativa de ignorância pública e marjoritária, nos dias de hoje é inaceitável a possibilidade da existência de um sistema precário de educação.
Nos séculos passados, as poucas escolas que existiam eram extremamente pobres, sem recursos. As crianças moravam em prédios sem estrutura e passavam necessidade. Mas somente aquelas sem condições financeiras sofriam, pois as ricas recebiam aulas em casa, com professores particulares, que inclusive moravam onde lecionavam.
Influente desde sempre na vida das pessoas, a falta de educação aparece também nas obras literárias desse período, como em "Jane Eyre", de Charlotte Brontë, onde a autora deixa claro as diferenças educacionais entre a população. Como se não bastasse essa precariedade no ensino, ainda havia diferenças: as mulheres aprendiam apenas o necessário para cuidarem do marido e da família, enquanto os homensa estudavam em rígidas escolas de padres.
Mas depois de mais de um século de quando esse quadro era o "natural", o que será que mudou? Infelizmente o fato é que fora algumas pequenas mudanças de métodos, pensamentos e estrutura, pouca coisa foi modificada. A diferença é que hoje a educação possui uma máscara gigantesca que insiste em esconder seus reais objetivos. Se antes os conhecimentos não eram muitos, os objetivos eram outros. Não importa, não há justificativa alguma para que esse sistema não evolua.
É patético pensar que em meados do século XXI o estilo educacional continua basicamente igual ao de séculos passados, quando somente a elite tinha direito a ensino de qualidade. Muita gente se vangloria ao falar de métodos de ensino de hoje no Brasil, por exemplo, sem se dar conta de que, além de injusto com os que realmente querem aprender alguma coisa, ele não tem um objetivo claro, senão ocupar o tempo dos filhos de empregados miseráveis que muitas vezes não sabem escrever nada mais do que seu nome. Será que as pessoas que insistem que nada podem fazer para mudar esse quadro e que acreditam que ele seja realmente eficiente se deram conta de que o ensino no Brasil hoje possui a mesma essência dos países desenvolvidos de dois séculos atrás? Será que o ensino que conhecemos hoje é de fato melhor do que o de antigamente, ou simplesmente mais eficiente, evoluído? Quando é que vamos conseguir juntar forças para colocarmos essa máscara que a educação veste, de uma vez por todas, no lixo?

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