quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Do nada, ele apareceu. Foi num esbarro na escada do terceiro andar numa terça-feira qualquer. Mas o encontro com os olhos verdes fizeram aqueles segundos passarem em câmera lenta... Ele chegou do nada, com malícia no olhar e ternura nos lábios. E, desde então, ele - o par de olhos de verdes - insiste em me surpreender. Foi a cena de ciúmes no primeiro encontro sem querer na noite, o primeiro beijo quando eu nem esperava na frente dos amigos, o cuidado com a amiga, o jeito de passar a noite contando os minutos pra ir pra casa pra gente ficar sozinhos. Foi a voz carregada de manha enquanto puxava meu corpo de volta para o centro do colchão pedindo "tu tem que ir mesmo?", o jeito sonolento de caminhar pela casa com aquela calça que mostra estrategicamente o corpo lindo. Foi o silêncio nas horas que se passaram, as mensagens de queixa e até o "silêncio também tem voz!", que me fez imaginar o olhar de birra que só ele sabe fazer. Foi tanta coisa em tão pouco tempo que eu ainda me surpreendo e fico zonza ao relembrar. Da mesma forma como apareceu, do nada ele surge com "bom dia pequena", "como foi teu dia?", "oi amor", "dormindo, corpinho?", e o "pequena" sempre acompanha as frases, como se fosse um abraço longo num dia frio. Foi a relação que começou de uma maneira inusitada que me deixou sem jeito.
E quando ele pegou minha mão e entrelaçou seus dedos nos meus senti uma segurança que fez meu peito voltar a bater a passos calmos. Quando sua mão repousou sobre minhas pernas no banco do carona, enquanto a outra se desdobrava pra dirigir sozinha corretamente, eu senti que aquilo estava ficando mais perigoso do que estava prevendo: era tudo muito natural, como se já fossemos um do outro e estivéssemos entrelaçados.
Queria que o relógio atrasasse a cada sorriso frouxo dele ao sentir o corpo se arrepiar por um simples carinho na nuca, a cada olhar com malícia ou quando os olhos verdes se perdiam em direção aos meus buscando entender o que eu pensava. Queria ficar mais um pouco, mesmo com as cenas de ciúmes ou com a marra que descobri que tens, com o sorriso quando vê que conseguiu me deixar sem jeito e o mesmo quando percebe que fico boba olhando pra ti.

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